quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

PEQUENO SER

·
eu, oriundo do fundo do tempo,
das tormentas,
das compactas imperfeições


eu, poeta pequeno,
pequeno ser,
grilo, graveto no sopro,
nuvem escura iluminada


não conto os dias nem as noites,
mastigo marte, plutão, sírius...
nas curvas do sentido soberano


a poesia reabre 
em mim a porta que nunca fecha,
o homem que se veste 

para a natureza,
os olhos do pirilampo 

nos olhos meus

e eu não minto,
falo isso para o fundo 

do meu fundo,
para a alma de meus páis,
se você não acredita,
apenas lamento


eu acredito,
no estado búdico da minha
e da tua criança,
então, roda meu rosto de fogo
sobre teu rosto de fogo,
roda tuas saias 

sobre nossa pele
sem saias


( edu planchêz )

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